terça-feira, 9 de novembro de 2010

sobre a "a máquina" - opinião do Stephen Vaz

Minha opinião sobre a peça A Maquina (apresentação de 23.10 tablado mogi)

Começo meio parado, onde nao sabemos o qe esperar da peça,
deixando um certo misterio.

A expressao da primeira garota qe aparece de vermelho foi linda,
com um toque de sem expressao, indiferença e
ate mesmo com um ar de superioridade


O contato com o publico ficou magnifico na parte qe o publico aparece na tela,
mas nao apenas por aparecermos, mas sim como vcs souberam usar essa ferramenta,
porque NOS acordamos, e estavamos vivo e ao vivo

A utilização do microondas foi uma das cenas qe mais me chamou a atenção,
por ser diferente, interessante, e despertou a intriga em minha mente
mais ainda sobre o qe vcs queria ou nao transmitir.

A parte qe o Fe briga com uma garota, ela chama ele pelo nome real dele,
e diz qe nao quer mais fazer a peça no meio da peça foi hilario.

E falando de partes hilarias,
adorei a parte qe a diretora disse qe cortou metade da peça
para nao ficar muito grande.

A expressao do felipe qndo estava se arrumando e colocou o nariz
de palhaço, foi demais tb.

E adorei vcs falando de assuntos atuais durante a peça, como no caso do tiririca
(ainda mais com o nariz de palhaço)


é isso, e parabens pela peça!
uma das melhores qe eu ja assisti!

Stephan Vaz

sábado, 18 de setembro de 2010

Sala de Ensaio

Em sala de ensaio a técnologia se faz importante e essencial. Para um espetáculo onde o que está em jogo é o "novo homem", a técnologia e seus frutos nos são de extrema necessidade para pesquisas, inspirações. O trabalho de texto acontece, começa a partir da (des)construção de imagens e sentidos.O corpo vivo ganha estranhesas. Os elementos são (re)pensados e (re)colocados.
O resultado poderá ser conferido em breve.





terça-feira, 10 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Bodas de prata do Teatro Experimental Mogiano

Dia 17 de agosto a partir das 19h, o TEM realiza no  Theatro Vasques em Mogi um Sarau comemorativo ao aniversário de 25 anos do grupo.

E no dia 20 de agosto, às 20h,Clarice Jorge estará se apresentando também no Teatro de Mogi. Será uma colagem de três personagens femininas que Clarice interpretou ao longo de sua trajetória e provavelmente sua despedida dos palcos como atriz. Será às 20h tudo com
entrada franca.
Na minha opinião é um momento histórico. O TEM, mesmo hoje estando mais ameno em suas produções, possui uma importância enorme na história teatral de Mogi das Cruzes.
Se hoje podemos falar com liberdade e podemos ser artistas de maneira digna é também porque houveram muitas Clarices, enfrentando ditadura e preconceitos.

Eu vou e pedi para registrar!!!

Valeu Robson pelo convite!

sábado, 31 de julho de 2010

Fragmentar para Despertar

"Quando crescer quero ser máquina!" - Victor Hamlet Frankenstein

O processo de elaboração de "A Máquina - Uma Leitura Frankensteinian sobre Hamlet" é extremamente laboratorial. Digo é porque não encontrou seu fim, pelo contrário, estamos no incio de uma jornada.
Começamos com o romance de Mary Shelley, passamos por Shakespeare e rapidamente chegamos a Heiner Muller, Bob Wilson, Lehmann e diante de tantos estrangeiros escolhemos fazer o nosso e encaramos muitos desafios: fragmentar o todo da tradição, fazer da tecnologia um personagem vivo, juntar pedaços em novas paisagens, provocar os olhares e um dos que eu mais gosto: libertar o público do artista, como diz o próprio Bob Wilson.

Ao apresentarmos uma estrutura não linear em que as coisas não são dadas gratuitamente ao público, pelo contrário, ele é convidado e instigado a mergulhar, se afastar, reiniciar, percorrer um caminho único sem saber qual será o ponto de chegada, porque também existem muitos pontos de chegada, propomos um exercício de liberdade assustador (talvez por isto alguns dizem que não entendem) em que cada um é dono do espetáculo que assiste, a fragmentação permite conexões infinitas de arranjos e entendimentos.

Julgo que esta ação é uma das mais politizantes que podemos executar. funciona exatamente na contra mão do bombardeamento midiático que sofremos a todo instante em que as informações já digeridas so servem para acomodar.

Talvez continue sendo esta a resposta para a pergunta "arte para quê?"
Para suverter a ordem. Para tornar alerta. Para reinsinar a pensar.
Para "despertarmos dentre os mortos."

Priscila Nicoliche

Sobre a pesquisa de linguagens do Grupo Quântica

O Quântica nasceu como grupo de pesquisa de linguagens. Começamos com a dança teatro, de origem alemã, onde o gesto tem uma carga simbólica das mais contundentes. Acho natural que hoje estejamos pesquisando o teatro pós dramático. fazemos um teatro investigativo que deseja descobrir algo sobre o próprio teatro, sobre a relação do público com o que produzimos, sobre o comportamento do ator, sem medo de mudar a rota ou criar novas trajetórias.

Descrevo aqui alguns dos nossos princípios:

Primeiro limpamos o espaço tanto os internos como os externos. é assim que precisa ser. Simbolicamente é a criação do nosso vazio. Tudo o que não pertence a cena deve ficar fora. os espaços precisam estar vazios para a criação.

O ator precisa ter prazer na investigação. Deve olhar-se como objeto de estudo com possibilidades infinitas. um ator que não investiga, que se economiza é um ator morto. O ator precisa ter autonomia para criar em um ambiente onde as certezas não estão garantidas e isto seja uma elemento que o instigue a avançar e onde não haja concorrências com a autoridade do diretor. na verdade esta autoridade nem deve existir. Todos estão juntos.

Temos como carcterística uma estética fortemente marcada, coreografada e quando se fala em movimentos coreografados a mimese é apenas um estágio. A apropriação é fundamental. o movimento proposto deve pertencer ao intérprete e para tanto, a generosidade de absorver as formas do outro, tornando-as suas é essencial.

Quando penso as cenas, penso em imagens que se configuram tendo múltiplos significados, incluindo aqueles que serão dados pelo público. Mesmo a palavra só tem sentido quando é imagética. Os diálogos lineares tem me interessado pouco. Contemporaneamente somos ilhas. é do pressuposto do monólogo que eu parto.

Priscila Nicoliche



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Café Sociedade Anônima


Espetáculo criado coletivamente é um ponto de encontro localizado em algum lugar na Alemanha nazista onde se reúnem desde belas atrizes e cantoras, integrantes do partido nacionalista, revolucionários pregando a liberdade, garçons circulando informações privilegiadas e as mães coragem, que procuram seus pais, maridos e filhos desaparecidos na guerra.

Direção: Priscila Nicoliche
Elenco: Clislene Milanez, Cleiton Costa, Felipe Milani e Priscila Nicoliche
Convidados: Grupo Contadores de Mentira

O Réquiem das Flores


Um personagem de quem pouco se sabe e que vive imerso em pensamentos e vícios sem tempo e espaço definidos, percorre sozinho o labirinto da existência humana, onde a angústia e a liberdade se misturam a espera incansável pela enigmática figura de Hermann, seu grande amor morto na guerra.

Direção: Priscila Nicoliche
Elenco: Priscila Nicoliche
Músicas: Michael Meyson (voz e violão) Músicos convidados: Juá de Casa Forte (percussão) e Leandro Pellagio (Piano)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

“É preciso destruir o teatro!”

Entrevista com Priscila Nicoliche, diretora do grupo Quântica Teatro Laboratório.

Quem é você?

PN – Sou uma inquieta. A inquietação é o que me move sempre em todos os campos. Sou uma Desejante Eterna.


Mas isto não gera uma angústia constante?
PN – Naturalmente que sim, entretanto, eu não me lembro de ninguém que tenha feito algo relevante ficando parado no mesmo lugar. Acredito na pergunta, no movimento, no impulso, na vontade de descobrir algo.


Como você começou no teatro?
PN – Eu nunca fui outra coisa. Nunca tive outro emprego que não fosse no teatro. Na 3ª série do ensino fundamental eu já era “diretora dos meus coleguinhas”. E a teoria sempre me interessou tanto quanto a prática. Gosto de estudar o teatro, de saber o que já foi feito. Entre 1995 e 1996 participei de alguns grupos da cidade mas logo comecei a observar que havia um excesso de palavras, as pessoas montavam Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, sem a menor propriedade, acho que foi uma fase mas aquilo passou a não servir mais para mim. Me incomodava profundamente. Aos 19 anos achei que eu não tinha mais nada a dizer por meio de palavras e fui estudar dança. O Réquiem das Flores em 1997 já era uma matriz desta inquietação. Daí fiz 2 anos de dança contemporânea com a Danielle Bittencourt, a quem sou muito grata. Foi a partir daí que entrei em contato com a dança alemã através de Pina Bausch, Suzanne Link e isto me abriu um mundo: as imagens são muito fortes, o processo é outro, o pensamento é outro. Não é mimético, vazio. É carregado de cores muito fortes. E isto passou a me interessar muito.


Como surgiu o Quântica Teatro Laboratório?
Surgiu com o “De Profundis – memórias de um cárcere público” em 2004 falávamos sobre a vida e obra do escritor irlandês Oscar Wilde, utilizando a linguagem da dança-teatro, creio que pela primeira vez na cidade e até na região. As opiniões foram muito divididas. Tinha gente que achava o máximo, outros diziam que não entendiam nada, que não era teatro, nem era dança – e nem era mesmo uma coisa ou outra; era uma coisa e outra. E assim isto também ocorreu em diversos festivais dos quais participamos. Mas debates a parte viajamos bastante e ganhamos vários prêmios com o espetáculo. Foi um período muito feliz. Depois veio o “Identidade I – Plástico” – que adoramos fazer até hoje – o “Duplos” inspirado em O Médico e o Monstro do Stevenson, a perfornance “O Novo Prometeu Acorrentado” entre outras coisas.

Suas referências são sempre estrangeiras?
PN – Parece que sim, não é? Já me criticaram bastante com relação isto dizendo que eu não valorizo a cultura do Brasil. Acho uma bobagem. Como se todo mundo fosse obrigado a desenvolver trabalhos de cultura popular brasileira. Se o Brasil é feito de diversidade eu faço parte da diversidade do Brasil! E minhas referências vêm da minha adolescência onde eu lia Rimbaud, Wilde, Blake, Hesse, Kafka e por aí vai. Os universos destes autores fazem parte da minha constituição, só isto.

Seu trabalho é muito autoral?
PN – Diria que é pessoal. Cada trabalho significa algo muito pessoal pra mim. Por isto coloco em dúvida grupos que hoje fazem Nelson, amanhã Shakespeare depois Maria Clara Machado. Acredito que a arte tenha que dizer algo primeiro para quem faz. No De Profundis eu queria confrontar estética teatral daquele momento, liberdade e cerceamento na vida, na arte, na sociedade: o Duplos é sobre o Homem e seus monstros interiores, seu lado escuro e pouco conhecido. A máquina é hiper atual em sua discussão sobre o Homem sozinho em meio à tecnologia, a informação. E tudo isto passa por observações e vivências pessoais. É claro que as coisas amadurecem. No principio falamos sobre nossas angústias adolescentes, depois ganhamos o mundo.

O grupo Quântica Teatro Laboratório completará 6 anos em 2010, o que modificou neste período?
PN – Muitas coisas. Há um amadurecimento embora seja ainda um grupo muito jovem e que tenha uma trajetória grande pela frente. Mas há uma mudança de ponto de vista. Como eu disse, no inicio as coisas eram mais próximas, pessoais, agora nosso olhar se volta para o Homem social, universal. Parece óbvio dizer, mas só agora tenho condições de trazer as minhas referências “estrangeristas” para o nosso contexto nacional. Em “A Maquina” deixamos um pouco a dança-teatro e nos enveredamos pelo pós dramático cujo berço é a Alemanha com Brecht, Heiner Muller e depois temos nos Estados Unidos Bob Wilson, entre outros. Mas não dá para conceber Brecht ou Muller como é feito na Alemanha. É preciso recoloca-los aqui. Este é o trabalho mais árduo porque demanda uma clareza de pensamento que se não existir vira um arremedo triste destes autores.

Como você vê o teatro hoje?
PN – Com poucas novidades. Quase tudo muito careta, comportado, sem risco. Ou de uma didática tão explícita que beira aulas de Educação Moral e Cívica. Acho que é por isto que estamos perdendo terreno para todos os outros meios de lazer e entretenimento. O teatro perdeu sua função de representar o Homem, tira-lo do eixo, causar algo que o transforme. A maioria do que se vê parece não ter sentido nem para quem faz. Fazemos teatro para classe teatral, não para a sociedade, com modelos muito ultrapassados. Vivemos em um mundo onde crianças são jogadas pela janela, dinheiro é encontrado em meias e cuecas, há uma guerra constante nas cidades, não é preciso ir a Palestina, tudo fruto de desigualdade social e econômica e diante disto não é possível acreditar que alguém pense que é a visão de um peito ou de uma bunda em cena vai causar algum choque ou revolucionar o teatro. É no mínimo muito ingênuo.
Penso que tenhamos que ser radicais destruir o teatro para alcançar algo que seja mais fundamental, como Artaud já dizia: “destruir o teatro para tocar na Vida!”

Não há nada que possa se salvar neste panorama?
PN - Há. Evidente que há. Tem coisas muito sensíveis sendo realizadas. E há melhores condições de produção também por causa das políticas públicas que vem ajudando grupos e artistas na construção de suas poéticas.Por outro lado esta distribuição de verba também tem um outro lado, em algumas montagens parece que as facilidades as vezes não aguçam a criatividade. Evidente que não sou maluca de dizer “em nome da criatividade façamos teatro sem dinheiro!” mas é preciso estar atento as “armadilhas do capital”. E depois temos sempre que pensar que muitas das coisas que estão ocorrendo são Programas, não são Leis, portanto podem acabar e para que isto não ocorra os artistas precisam se organizar, estar atentos, sair da órbita da comodidade atual e continuar lutando para uma democratização cada vez maior destes Programas, que estes sejam transformados em Leis transparentes e que todos tenham acesso.

Para finalizar, quais os planos para o Quântica Teatro Laboratório?
PN – Neste momento estamos nos reinventando. “A Máquina – uma leitura frankensteiniana sobre Hamlet” faz parte de um projeto maior chamado “A saga da destruição do herói” que se desdobrará em perfomances e intervenções de rua em espaços não convencionais. Vamos retomar os espetáculos de repertório e registrar todo este material para preservar a memória do grupo e deste modo construir uma trajetória do nosso trabalho coisa que eu acho fundamental para que a prática e a teoria se complementem e ajudem a construir uma poética contundente para o nosso trabalho.